Jornal: Madrasta riu ao envenenar enteado no Rio de Janeiro, diz depoimento
A filha de Cíntia Mariano Dias Cabral disse à polícia que a mãe riu ao servir comida envenenada para o enteado de 16 anos.
A informação é do jornal Extra. O caso aconteceu na última semana no Rio de Janeiro. O adolescente recebeu alta na última quinta-feira (19) e passa bem.
Cabral, de 49 anos, foi presa preventivamente ontem em Realengo, na zona oeste da capital fluminense. Ela também é suspeita de ser responsável pela morte da enteada de 22 anos, em março deste ano.
No mandado de prisão, a juíza Raphaela de Almeida Silva, da 3ª Vara Criminal do TJ-RJ, diz que a liberdade da madrasta “poderá causar prejuízos irreparáveis para o prosseguimento das investigações policiais”:
“Isso porque poderá exercer pressão sobre as testemunhas, levando em conta que os presentes na residência no momento do crime são familiares, filhos inclusive da suspeita”.
No depoimento, a filha de Cabral disse que a mãe colocou “chumbinho” no feijão servido ao enteado. A substância venenosa é usada para matar ratos.
Uma hora após a refeição, o rapaz deu entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer, pálido, babando e com tontura — os mesmos sintomas da irmã, que também foi levada ao local após comer na casa da madrasta.
A moça morreu após passar quase duas semanas internada. A mãe das vítimas, Jane Carvalho, contou ao Extra que Cabral agiu com naturalidade após o incidente.
“Ela visitou a minha filha no hospital todos os dias, como se nada tivesse acontecido. E me abraçou no enterro, embora não parecesse comovida. Mas, até então, eu pensava apenas que era o jeito dela”, afirmou.
Delegado diz que Cabral é responsável pelo crime
O delegado Flávio Rodrigues, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, disse em entrevista a jornalistas que a investigação concluiu que Cabral é responsável pelo envenenamento do enteado.
“Ela se reserva o direito ao silêncio. Mas com os depoimentos, em especial, o depoimento dos próprios filhos dela, que falaram que ela confessou, chegamos à conclusão que ela é responsável pela tentativa de homicídio do enteado”, afirmou.
Ele disse não descartar a possibilidade de exumar o corpo da enteada para comprovar o envenenamento, e que já suspeitam da motivação do crime.
“Tudo leva a crer que a motivação seria ciúmes do relacionamento do marido com os filhos naturais”, contou.
*Com Estadão Conteúdo